Amigos, quem é brasileiro e gosta de arte nacional com certeza já viu alguma obra de Waldomiro de Deus. Hoje quero falar um pouco da trajetória de vida desse baiano, de origem humilde, criador de um estilo próprio, que o fez ganhar o mundo com sua arte.
Waldomiro é reconhecido por suas obras de traços simples, composta de um colorido alegre e com a temática que retrata o cotidiano brasileiro. A genialidade deste baiano o tornou um dos grandes artistas da arte primitivista nacional, ao lado de José Antônio da Silva e Djanira.
Em seus 75 anos de vida muitas coisas aconteceram antes de se consagrar como grande artista. Na infância, Waldomiro levava uma vida itinerante entre o sertão baiano e norte de Minas Gerais. Somente com 15 anos chega à São Paulo para trabalhar como engraxate.
Quando completa a maioridade consegue um trabalho de jardineiro na casa de um antiquário, mas o que lhe atrai a atenção, na verdade, são as tintas guache e cartolinas encontradas na residência. Começa a pintar com as tintas “emprestadas”, mas parece que seu patrão não gosta da ideia e o dispensa por negligência.
Sem emprego resolve vender os seus trabalhos no Viaduto do Chá. Nesse mesmo dia vende dois deles para um americano. Foi neste momento que ele percebeu que poderia viver da sua arte.
Aos poucos o seu trabalho cai nas graças do famoso decorador italiano Terry Della Stuffa que lhe fornece material e um lugar para pintar e, em 1966, Waldomiro faz a sua primeira exposição individual na Fundação Armando Álvares Penteado, Faap.
Waldomiro de Deus não para de criar. Pinta temas religiosos ligados ao céu e ao inferno, criando imagens polêmicas, como Nossa Senhora de mini-saia, cinta-ligas e botas e Jesus de bermudas. Expõe em vários países como a Inglaterra, Itália, Bélgica, Alemanha e Estados Unidos.
Hoje, o artista vive em sua casa em Goiânia, mas seus trabalhos estão expostos em todo o Brasil. Desde a década de 1960, Waldomiro mantém suas obras alicerçadas na cultura brasileira, pintando o cotidiano e o folclore de sua terra natal, as festas populares, as histórias sobre mula-sem-cabeça e lobisomens, até imagens eróticas.
Brasileiros assim merecem nosso reconhecimento!