Amigos, sabemos que teatros, cinemas e casas de ópera andam vazios. Artistas plásticos, atores e músicos em geral estão ou parados – afinal, nem pensar em aglomeração nesses tempos de pandemia – ou precisando se reinventar. Quem não viu nenhuma live de seu cantor preferido nessa quarentena que levante a mão, né? A arte também está experimentando novos formatos. Aqui eu contei sobre a exposição drive-thru que está acontecendo no Canadá e aqui, sobre as inovadoras projeções de cinema em Berlim.

Nesse mesmo contexto, fiquei encantada quando vi essa notícia sobre o Grande Teatro do Liceu, uma casa de ópera de Barcelona. Ele reabriu na semana passada com um espetáculo para um público de 2.292… vasos de plantas. O evento aconteceu um dia após a quarentena ter chegado ao fim na Espanha, depois de três meses de lockdown.

A ideia partiu do artista Eugenio Ampudia, tocado pela importância que a natureza teve em sua vida durante o período de isolamento social. Como consequência, esta iniciativa acabou viralizando e a ópera chamou a atenção para questões que correm grande perigo de extinção: a arte e a natureza.

“Eu assisti ao que estava acontecendo com a natureza durante todo esse tempo. Eu ouvi muito mais pássaros cantando. E as plantas do meu jardim e de fora estavam crescendo mais rápido. E, sem dúvida, pensei que talvez eu poderia me relacionar de uma forma muito mais íntima com as pessoas e com a natureza”, disse Ampudia ao jornal The Guardian.

Batizado de “Concierto para el bioceno”, o espetáculo foi apresentado pelo quarteto de cordas UceLi Quartet, que interpretou a obra “Crisantemi”, de Puccini. Após a apresentação, as plantas foram doadas a profissionais da saúde que atuam no combate à covid-19 como forma de agradecimento por seu esforço.

O vídeo completo da apresentação para as plantas vocês conferem aqui:

Foto:  Instagram/@liceu_opera_barcelona