Amigos, essa semana recebi um vídeo sobre o Peyo, um cavalo de 14 anos que, duas vezes por mês, visita hospitais e abrigos de idosos na cidade de Vinay, na França, para fazer e receber carinho. Até me lembrei de quando falei aqui sobre a equoterapia, vocês lembram? Na época, a fisioterapeuta Noelia Barbosa de Oliveira me contou que o passo dos cavalos acalma crianças autistas e também as que têm um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e que o contato entre eles chega a ser emocionante. Mas voltando ao Peyo…
É muito interessante ver que é o cavalo quem escolhe em qual quarto do hospital vai entrar e a equipe médica jura: sempre é quem precisa mais. As cenas são comoventes, como a de um paciente com pouco tempo de vida e dificuldade de comunicação que olha Peyo fundo nos olhos e começa a chorar. A médica Cecile Baelen-Teche, chefe da área de cuidados paliativos do hospital, disse em entrevista ao canal Equideo que, assim que o cavalo entra no quarto desse paciente percebeu que algo estava acontecendo. “Houve uma troca de olhar, o animal parou diante dele e tudo parou. Ele acalmou o paciente de uma maneira que nenhum medicamento tinha conseguido”, contou.
Quem acompanha o cavalo em todas as visitas é seu tutor, Hassen Bouchakour. Ele conta que um dos objetivos dessa iniciativa é “sensibilizar a população quanto aos problemas de solidão das pessoas mais frágeis, além de observar e estudar, de maneira científica, os diferentes resultados obtidos sobre os pacientes acompanhados por Peyo”.
Fui atrás dessa história linda e descobri como tudo começou: em 2011, Hassen e Peyo se tornam conhecidos na França por suas competições e shows equestres. Na época, Peyo não gostava de receber carinho ou ser abraçado. No entanto, após algumas competições, ele começou a escolher certas pessoas da plateia para passar um tempo com elas. “De repente, parece que ele mudou de personalidade, se tornando suave e protetor”, recorda Hassen, que acabou percebendo que o cavalo escolhia as pessoas mais frágeis de saúde ou condições psicológicas. Até que, em 2016, teve ideia de criar esse belo projeto, batizado “cascos do coração”. Realmente fiquei emocionada, amigos.
Foto: Reprodução/Les Sabots du Coeur