Plumas, franjas, joias, flores, cores, mangas amarradas, sapatos com plataforma de silicone, casaco de lã de carneiro, passamanaria, estampa de raio X… As descrições dos desfiles de Alta Costura Outono-Inverno 2018 dão uma ideia dos exageros que a gente vê nas passarelas.
Que me perdoem as minhas amigas Gloria Kalil e Costanza Pascolato, mas achei um horror o desfile da Maison Margiela, por exemplo. Como pode?
O rosto das modelos nem aparecia. E depois, ninguém fica bonito com aquele monte de volume, recorte, informação… tinha um modelo que até parecia uma camisa-de-força, com os braços amarrados.
As amarrações e sobreposições faziam parecer que até o corte das roupas tinha sido malfeito. Achei que, mesmo querendo mostrar os trabalhos artesanais envolvidos na moda, nesse desfile de Alta Costura o Galliano errou a mão…
Já a Dolce & Gabbana foi um pouco melhor em sua coleção de Alta Moda – a Alta Costura italiana -, mas também estava exagerada.
O cenário foi lindíssimo: o Lago de Como, na Itália. A inspiração, também. Stefano Dolce e Domenico Gabbana partiram do romance “Os Noivos”, escrito no século 19 por Alessandro Manzoni. E eu também adorei a presença na passarela de Maye Musk, modelo de 70 anos, e de Helena Christensen, aos 49. Mas precisava mesmo de tanta informação?
Fotos: Reprodução/Instagram @maisonmargiela e @dolcegabbana